Aeronave dos EUA que detecta nukes retoma voos na costa do Brasil

O Boeing reformado pelos militares dos EUA para “detectar” detonações nucleares está de volta à costa brasileira. O avião é um Boeing WC-135R Constant Phoenix, uma aeronave de função especial, originada do Boeing C-135 Stratolifter.

Ela é empregada pela Força Aérea Americana (USAF) na coleta de partículas, gases e resíduos de áreas alcançáveis da atmosfera em suporte ao Tratado de Restrição Limitada de Testes Nucleares de 1963.

O C-135 é um produto derivado do desenho 367-80 da Boeing, o qual também deu início ao avião de passageiros 707. No entanto, mesmo com as similaridades, os aviões militares possuem tamanho de fuselagem distinto da aeronave comercial que já foi operada no Brasil pela Varig e pela Força Aérea.

Atualmente, apenas três aeronaves WC-135R estão em funcionamento, e uma delas, identificada pelo número 64-14831, estava realizando tarefas de reconhecimento no Oceano Atlântico Sul durante a redação deste texto. A aeronave estava em rota sobre a região costeira do Nordeste do Brasil, repetindo o feito do início do ano passado, quando não levou em conta o controle de tráfego aéreo brasileiro.

As operações ao sul do Equador não são usuais, porém, estão se tornando cada vez mais recorrentes e são usadas para preparação da tripulação, bem como análise atmosférica. No compromisso de hoje, a aeronave partiu de Curaçao, um territorio holandês no caribe, vizinho à Venezuela, rumou ao norte até Guadalupe, antes de iniciar a descida para o sul, se aproximando do Brasil perto do Ceará.

Ao se aproximar do nordeste do Brasil, ainda em território aéreo internacional, a aeronave realizou um desvio para o leste em direção à África, voando perto da Ilha de Fernando de Noronha, cruzando o Oceano Atlântico e ficando além do alcance dos rastreadores civis. A aeronave, ao se aproximar do continente, poderá ter sua trajetória visualizada neste link.