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Airbus detalha função em cabine para minimizar desorientação espacial de pilotos

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No dia 12 de maio de 2010, um avião desabou ao tentar aterrar no Aeroporto de Trípoli, na Líbia. A aeronave funcionava em condições de neblina e, conforme o relatório conclusivo de acidente da Autoridade de Aviação Civil da Líbia (LCAA), durante a realização de uma manobra de recuo devido à visibilidade reduzida e um aviso de proximidade com o solo, a tripulação de voo experimentou desorientação espacial.

Esta confusão, aliada à falta de supervisão adequada das condições de voo e à resposta inapropriada da equipa, levou a uma colisão dirigida com o terreno (CFIT).

Quando os aviadores não podem decifrar adequadamente a postura, a elevação, ou a velocidade da aeronave, uma condição conhecida como confusão espacial ocorre, sendo comumente acentuada pela ausência de referências visíveis. Este evento ressaltou a relevância do Gerenciamento Eficaz dos Recursos da Equipe (CRM), conformidade com as rotinas operacionais e resposta rápida aos avisos.

Com o objetivo de evitar incidentes similares, a Airbus implementou a função conhecida como “soft go-around” (SGA). Esta característica foi concebida para atenuar os perigos ligados às ações convencionais de arremetida, particularmente em situações desafiantes.

A função de recuperação suave de software tem a capacidade de ser acionada durante uma ascensão aérea a fim de diminuir a propulsão, mantendo uma rota de elevação estável. Isso atenua o potencial de uma aceleração elevada que possa induzir a falsas percepções, onde a tripulação poderia erradamente interpretar que a aeronave está se inclinando demais para cima. Ao oferecer uma propulsão aprimorada, o recurso SGA limita a aceleração ao longo do eixo, reduzindo, portanto, a probabilidade de confusão de direção.

Quando a equipe de voo inicia um procedimento de abortagem escolhendo Take-off/Go Around (TO/GA) e diminui a propulsão, o sistema SGA:

Ao minimizar o uso de empuxo, o recurso SGA atenua a probabilidade de falsas percepções que podem desencadear correções arriscadas. Este sistema torna-se extremamente vital em situações nas quais o empuxo máximo não é exigido, fornecendo uma opção mais segura e administrável em relação aos métodos tradicionais de arremetida.

A implementação da ferramenta soft go-around, presente em modelos padrão como o A330neo, A350 e A380 e opcionalmente nos A320neo e A330, sinaliza um progresso considerável na segurança de vôo, conforme aponta a Airbus. Esta evolução não só intensifica a segurança durante a execução de manobras de arremetida, como também diminui a chance de falha humana. Asegura um feedback ideal e consistente durante as etapas cruciais do vôo, contribuindo para um ambiente aéreo mais seguro.

A característica de soft go-around, combinada com um eficiente CRM e a observância rigorosa dos processos operacionais, é um avanço significativo para assegurar que os pilotos estejam equipados apropriadamente para manobrar com segurança e eficiência em circunstâncias desafiantes.

Dados fornecidos pela Airbus.

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