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Celebrando 53 anos da associação de mecânicos de voo da Varig e sua história

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Na sexta-feira, dia 21 de junho, a AMVVAR (Associação dos Mecânicos de Voo da VARIG) comemora seu 53º aniversário. Estabelecida em 21 de junho de 1971, inicialmente localizada no Aeroporto de Congonhas em São Paulo (SP), a organização mudou-se para o Rio de Janeiro (RJ) em 1975. Atualmente, mantém filiais em Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP).

No contexto da comemoração de aniversário, Oscar Bürgel, ex-Mecânico de Voo da VARIG e atual gestor do projeto VARIG VIVE, visando à conservação do Boeing 727 PP-VLD e o resgate da trajetória da companhia aérea, produziu um texto em que recorda e sintetiza a evolução da carreira de Mecânico de Voo, também conhecido como Engenheiro de Voo. Essa profissão está se tornando obsoleta devido ao avanço tecnológico na aviação, porém, ainda agrega lembranças e vivências.

A presença do Mecânico de Voo (M/V), também conhecido como Flight Engineer (F/E), na cabine de comando por Oscar Bürgel.

A aquisição dos Super Constellation L-1049 na metade da década de 1950, por um valor de 2.5 milhões de dólares por aeronave, elevou a companhia aérea VARIG, localizada no Rio Grande do Sul, a um novo nível: operar grandes aviões quadrimotores com destinos como Nova York, nos Estados Unidos.

A companhia possuía em sua frota os modelos C-46, C-47 e CV-240, desempenhando rotas domésticas bem como na área da Bacia do Prata. Nesse sentido, numerosos obstáculos foram confrontados para realizar operações nos EUA: navegando na região com maior tráfego aéreo do mundo, a realização de comunicação e procedimentos em inglês, além da adição de mais dois membros na tripulação, o navegador de rádio e o engenheiro de vôo, entre outros desafios não tratados neste documento.

A legislação de 1948 aprovada pelo Parlamento dos Estados Unidos determinava a necessidade de um membro técnico a bordo de aeronaves de grande escala para gerenciar todos os sistemas, abrangendo pelo menos 600 itens regulares e também em situações de emergência, aliviando assim a carga de trabalho dos pilotos. Dessa forma, surgiu a figura do Engenheiro de Voo, também conhecido como F/E.

O F/E tornou-se um membro adicional altamente significativo da tripulação técnica no cockpit das aeronaves modernas, auxiliando tanto nas operações regulares quanto nas situações de emergência.

O Boeing 307 Stratoliner foi o primeiro avião a possuir uma estação de trabalho (painel de mesa) destinada ao Engenheiro de Voo (F/E).

As ações implementadas pela VARIG para enfrentar este desafio consistiram em:

A admissão de especialistas, provenientes da PANAIR, treinados em instituições de ensino americanas, para atuar primeiramente como engenheiros de voo do C-46, os quais mais tarde passariam a operar o novo modelo de quadrimotor. Eles integraram a primeira classe do curso terrestre no Constellation.

A empresa irá empregar dois engenheiros de voo, provenientes de transportadoras aéreas globais, para atuarem como professores em trajeto, pelo período de um ano, para os engenheiros de voo brasileiros da organização.

As medidas adotadas para lidar com a falta de experiência internacional dos pilotos que voavam exclusivamente em voos domésticos foram:

Aquisição de dois aviadores dos Estados Unidos, provenientes de uma empresa de aviação, com aptidão em aeronaves de quatro motores, para atuarem como professores de trajetória pelo período de um ano.

O êxito foi o resultado direto de um planejamento bem executado.

As próximas aeronaves compradas pela empresa brasileira incluíram Caravele, Boeing 707, Electra, CV-990, DC-8, Boeing 727, Airbus A300, DC-10 e Boeing 747, todos operados por três profissionais técnicos no cockpit: o piloto, o co-piloto e o engenheiro de voo.

Desempenhei com competência e satisfação por milhares de horas de vôo o papel de Engenheiro de Voo nas aeronaves voadoras (Electra, B727 e DC-10) da empresa aérea do Rio Grande do Sul.

No mês de junho de 1971, foi estabelecida a associação profissional de F/Es para oferecer suporte a seu grupo. Trata-se da Associação dos Mecânicos de Voo da VARIG (AMVVAR). Tive a honra de liderar essa prestigiosa organização por três mandatos, onde, naquele período, tínhamos 400 F/Es como membros.

Apesar da modernização das cabines dos aviões atuais que eliminou esta função, substituindo-a por sistemas computadorizados, a AMVVAR mantém-se estável, celebrando seu 53º aniversário no dia 21 de junho, com uma base de mais de 2.000 membros ativos que utilizam seus acordos nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Espero que todos os companheiros de viagem aérea e terrestre tenham uma vida prolongada e saudável, e transmito meus cumprimentos à AMVVAR.

VARIGVIVE continua viva em nosso meio!