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Chefe da Boeing pede desculpas no Senado por falhas no 737 Max
O CEO da Boeing, Dave Calhoun, expressou publicamente suas desculpas na última terça-feira para as famílias vitimadas pelos dois acidentes com o 737 MAX, admitindo as falhas da empresa produtora de aeronaves. Ocorrências com um 737 MAX 9 em janeiro intensificaram os temores em relação à segurança do avião.
”Indago a mim mesmo diariamente: teríamos feito o bastante?”, afirmou Calhoun ao ser questionado perante o Subcomitê Fixo de Inquéritos do Senado.
Foi a estreia de Calhoun ao ser questionado pelos legisladores, que enfatizaram o declínio da imagem de segurança da Boeing e a iminente partida do CEO até o final do ano, seguida de uma declaração de reestruturação da empresa.
Calhoun reconheceu que a Boeing assumiu a culpa pelo desenvolvimento de um software chave (o MCAS), associado aos tragédios fatais na Indonésia e na Etiópia em 2018 e 2019, que causaram a perda de 346 vidas.
”Estou presente para solucionar as dúvidas. Me dedico à clareza e me responsabilizo”, declarou Calhoun à imprensa antes do início da sessão.
O presidente do subcomitê, senador Richard Blumenthal, declarou durante o inquérito que existem provas convincentes que justificam a ação jurídica do Departamento de Justiça dos EUA contra a Boeing.
No mês de maio, a Boeing foi responsabilizada por promotores por não seguir o trato de acusação, que compreendia a instalação de um programa de conformidade e moralidade após os desastres letais. Os promotores precisam notificar um magistrado federal no Texas sobre seus futuros atos até o dia 7 de julho. A Boeing comunicou ao Departamento de Justiça que não transgrediu o acordo, conforme relatado pelo Aviacionline.
”Esta é uma sociedade que ainda coloca os ganhos financeiros acima de tudo, excede barreiras e negligencia seus funcionários”, afirmou Blumenthal, aludindo à Boeing.
Na terça-feira passada (18), foi anunciado por Blumenthal que Sam Mohawk, um fiscal de qualidade da Boeing na fábrica do 737 em Renton, Washington, prestou depoimento recente sobre a ausência constante de documentação e responsabilidade em relação a componentes não conformes.
De acordo com o documento do comitê revelado antes do depoimento, Mohawk destacou que sua função no controle de peças inadequadas tornou-se significativamente mais “intrincada e desafiadora” com o reinício da produção do MAX em 2020, depois dos dois incidentes mortais.