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Deportação de palestino associado ao Hamas bloqueada pela justiça em Guarulhos

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Um indivíduo da Palestina foi detido em Guarulhos, após a solicitação de deportação feita pela Polícia Federal, interrompida pela justiça do Brasil. Muslim M. Imran Abuumar Rajaa é uma figura palestina, líder do Centro de Pesquisa Palestino Hashim Sani, com sede na Malásia. Em sua rede social Twitter, Rajaa se define como “Especialista em Geopolítica e Defensor dos Direitos Humanos”.

Embora ele tenha indicado na plataforma online que vive na Palestina, informou aos oficiais brasileiros que reside na Malásia e é aluno da Universiti Malaya.

A intervenção da Polícia Federal aconteceu logo após seu desembarque do voo QR-773 da Qatar Airways, que veio de Doha, no qual Muslim, sua esposa grávida, seu filho de seis anos e sua mãe-faziam uma escala após chegarem de um diferente voo da mesma empresa aérea, originado em Kuala Lumpur, capital da Malásia.

O indivíduo afirma que se encontra no Brasil com o objetivo de fazer uma visita ao seu irmão, o qual mora em São Bernardo do Campo, na região do ABC Paulista. Ele informou que já tinha o visitado no mês de setembro do ano anterior, contudo, durante essa visita, ele não estava acompanhado de sua família e também não fazia parte de qualquer lista de pessoas suspeitas nos serviços de inteligência internacionais.

A Polícia Federal apreendeu ele e sua família e começou o processo de expulsão, suspeitando que sua visita ao Brasil não era para lazer familiar, mas para fins de imigração. Além disso, houve advertências do FBI, já queMuslim estava em uma lista de possíveis membros do grupo terrorista Hamas.

No entanto, até agora, essa informação não foi totalmente validada. A argumentação se concentra nas conexões de Muslim com o Hamas, visivelmente evidenciadas nesta reunião fotografada, ocorrendo entre Mahathir Mohamad, ex-primeiro ministro da Malásia, e uma delegação do Hamas, comandada por Khaled Mishaal, um dos chefes deste grupo terrorista.

O representante legal de Muslim e de sua família, em uma conversa com a CNN Brasil, afirmou que não tem conhecimento de qualquer conexão do seu representado com o grupo Hamas. Ele garante ainda que o indivíduo de 37 anos veio ao Brasil por questões familiares e já possui um bilhete de volta para a Malásia, agendado para o dia 9 de julho.

Ele pediu ao tribunal para barrar a deportação, e uma medida cautelar decidiu que a Polícia Federal deveria postergar sua deportação até que todas as circunstâncias fossem “esclarecidas”. Acredita-se que Muslim tinha a intenção de permitir que sua esposa, grávida de 7 meses, tivesse o filho em São Paulo, o que concederia ao bebê a cidadania brasileira e, por sua vez, abrindo uma janela de oportunidade para a imigração da família para o Brasil.

A família atualmente espera o procedimento legal, acomodada em um hotel localizado perto do Aeroporto Internacional de Guarulhos, com despesas pagas pela Qatar Airways. A companhia aérea ainda detém a obrigação jurídica sobre o passageiro que está passando por um processo de deportação, apesar de estar temporariamente suspenso.