Comissaria

Postado em

- 3 min read

Empresa aérea africana enfrenta crise severa após dispensar jatos Embraer

img of Empresa aérea africana enfrenta crise severa após dispensar jatos Embraer

A empresa aérea Air Burkina, proveniente de Burkina Faso, está passando por uma séria situação de crise, sendo obrigada a cessar as operações por mais de um mês devido à inexistência de aviões disponíveis. A última vez em que um voo comercial regular ocorreu foi no dia 19 de abril e, sem renda, a corporação está enfrentando dificuldades para lidar com suas responsabilidades financeiras, que incluem salários de abril e maio de 2024.

A companhia de aviação já retornou todos os aviões Embraer E195 e E175 locados do Nordic Aviation Capital (NAC). Três aeronaves que tinham locações vencidas foram compradas entre 2018 e 2019. Para manter a estabilidade, a Air Burkina estava usando um ATR72-500 alugado da empresa iniciante local Kangala Air Express, além de um Embraer E190 pertencente à companhia angolana Bestfly.

Contudo, conflitos referentes a detalhes técnicos e financeiros resultaram no fim do acordo no mês de março para o ATR72 e em meados de abril para o E190.

”Por um período, ficamos desprovidos de equipamentos para executar nossos trabalhos e a atividade foi interrompida. Consequentemente, nos encontramos impedidos de produzir recursos monetários para cobrir nossas despesas constantes”, confessou o recém-empossado CEO, Azakaria Traore, em uma correspondência enviada ao Conselho de Delegados, de acordo com os dados do portal Newsaero.

A organização fez um pedido para o envio de uma proposta de diminuições nos vencimentos à entidade competente. Em resposta, os representantes aceitaram uma diminuição provisória nas remunerações a partir de junho, até que as atividades sejam reiniciadas. Contudo, requerem que as diminuições nos vencimentos sejam efetuadas de maneira equitativa, levando em consideração os níveis salariais, com os que possuem menores rendimentos enfrentando um decréscimo menor do que os que possuem uma remuneração mais alta.

Os porta-vozes dos empregados, comandados por Paul Yves Kabore, também apresentaram pedidos extras, tais como a aposentadoria efetiva dos que já deveriam estar aposentados mas ainda estão trabalhando, oferta de alternativas para aposentadoria precoce e simplicidade nas transições voluntárias para outras corporações estatais. Pediram, ainda, que os vencimentos sejam mantidos até que um acordo oficial seja estabelecido entre a gerência e os colaboradores.

Os colaboradores estão exigindo uma justificativa por parte do antigo grupo de direção, criticando as “decisões táticas duvidosas tomadas anteriormente”. Eles ressaltam o acordo de locação “custoso” para as três aeronaves Embraer, a abordagem de manutenção “caracterizada por descuido, incluindo o desmonte de uma das aeronaves para manter as outras em operação (sem o consentimento do dono)” e uma administração financeira e de pessoal “tradicional”.

Vale lembrar que a Air Burkina revelou o processo de privatização em 20 de outubro de 2020, sob um contrato de colaboração com a organização americana African Global Development (AGD), que estava prevista para comprar mais da metade das ações, enquanto a participação remanescente ficava com o governo. Contudo, o projeto sofreu uma interrupção desde então.