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Marinha BR ressalta missões de resgate no RS com ESQDHU-51 e UH-12

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Na ambientação da Operação “Taquari 2”, no sul do Brasil, a assistência aos gaúchos impactados pelas precipitações provém de múltiplas fontes: da água, da terra e do ar. Além do suporte logístico associado à distribuição e entrega de bens essenciais, providenciado pela Marinha brasileira (MB), as operações de Busca e Resgate (SAR, sigla em inglês para Search and Rescue) são cruciais e demandam um uso assertivo das forças militares.

Por exemplo, podemos considerar as operações do Primeiro Esquadrão de Helicópteros de Uso Geral do Sul (EsqdHU-51), que utiliza os helicópteros UH-12 Esquilo.

Dentre os membros do EsqdHU-51, que colocam suas vidas em risco para preservar a dos demais, inclui-se o Suboficial Lauro Cassol Jaques, Enfermeiro e nascido em Porto Alegre (RS), com uma trajetória de 29 anos na MB. O Suboficial rememora que o Esquadrão foi mobilizado já no primeiro dia de maio, iniciando as operações na cidade de Canoas tão logo foi viável a sua chegada.

Assim que aterrissamos em Canoas, reabastecemos a aeronave e imediatamente nos dirigimos para as zonas de salvamento. No Parque Eldorado, um bairro em Eldorado do Sul, conduzimos nossa primeira operação de resgate, salvando um idoso cuja casa estava completamente inundada”, descreve ele, falando sobre seu trabalho como Membro da Equipe de Resgate.

A Marinha do Brasil enfatiza que, apesar das circunstâncias desfavoráveis, a resiliência e a bravura se sobressaíram: nesse resgate inicial, o Suboficial Jaques teve que ser abaixado pelo guindaste do helicóptero diretamente no oceano, a fim de proporcionar suporte ao homem e seus dois bichos de companhia.

A performance, contudo, apenas começava. Na mesma data, o time realizou mais salvamentos em Eldorado e, na subsequente manhã, partiram novamente rumo ao distrito de Niterói, em Canoas, lugar onde diversas moradias estavam inundadas e indivíduos aguardavam o resgate.

Em consonância com o slogan de resgate e salvamento a nível internacional, “Para que outros possam viver”, o Suboficial Jaques, juntamente com todos aqueles que têm se dedicado ao povo gaúcho, não cessam o seu incansável trabalho. O militar se recorda vividamente de uma missão de salvamento que impactou a todos os envolvidos profundamente: o caso de uma jovem menina aterrorizada, separada de sua mãe durante a confusão causada pelas inundações. Com delicadeza e compreensão, ele conseguiu tranquilizar a menina, enxugou suas lágrimas e a reconfortou até que fosse capaz de entregá-la com segurança às autoridades responsáveis.

”É em momentos como este que recordamos o motivo de termos escolhido esta carreira”, expressa o Suboficial Jaques, com a voz carregada de emoção. “É recompensador ter a capacidade de proporcionar um pouco de consolo e otimismo em momentos de destruição.”

Além de seu envolvimento profissional, ele possui uma ligação íntima com as comunidades impactadas: “Tenho parentes em São Leopoldo, residentes no bairro Campina, o mais prejudicado na cidade”, confessa. No entanto, isso não o fez recuar: “Apesar dessa circunstância, assegurados de que nossos parentes estavam seguros, permanecemos aqui, prosseguindo com nosso trabalho e nos dedicando ao que nos dispusemos a realizar”, ele complementa.

Portanto, cada salvamento vai além de uma simples ação: trata-se de um gesto de empatia e humanidade. “Como um servo militar e filho da terra gaúcha, nos dedicamos com tudo desde o início, com a finalidade de preservar vidas”, ele declara, honrado em contribuir para sua região e nação nas horas de aperto.

Os militares da Marinha têm mantido sua atuação nas áreas de desastre desde o dia 30 de abril, intensificando suas operações nas cidades do Rio Grande do Sul afetadas pelas chuvas. Já conseguiu-se resgatar 1.730 indivíduos até agora, e a Marinha mobilizou 11 aeronaves, 9 navios, aproximadamente 50 embarcações menores e em torno de 70 veículos para ajudar nas operações.

A partir da última quinta-feira (9), a Unidade de Saúde Expedicionária da Marinha (UMEM) iniciou operações de suporte à saúde no Hospital de Campanha (HCamp), localizado em Guaíba (RS). Esse esforço é significativo para diminuir a demanda nas instituições de saúde locais.