Comissaria

Postado em

- 4 min read

Oficial EUA afirma que avião KC-390 da Embraer ideal para fuzileiros

img of Oficial EUA afirma que avião KC-390 da Embraer ideal para fuzileiros

Um oficial aposentado do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos expressou muitos elogios e avaliações favoráveis para o jato brasileiro Embraer KC-390, um competidor direto do Hércules. Os Marines, responsáveis pelas operações navais dos EUA, representam a força anfíbia mais substancial do globo e operam de forma autônoma em relação às outras forças militares, com suas próprias linhas de comando, orçamento, princípios e meios de transporte incluindo aeronaves.

Dentro da variedade de aeronaves utilizadas pelos Marines, o Hércules é incluído, compreendendo um total de 69 Lockheed Martin KC-130J Super Hércules. Essas aeronaves executam objetivos como reabastecimento em voo, movimentação de mercadorias, retirada de pessoal de operações especiais e resgate médico aéreo.

No entanto, o projeto original do Hércules remonta à década de 1950, o que o sujeita a certas restrições, apesar de numerosas atualizações. Estas questões incentivaram a Embraer a criar o KC-390, um modelo que, além de introduzir inovações tecnológicas, possui motores turbofan que oferecem maior potência.

Estes aspectos foram realçados numa peça editorial veiculada pelo U.S. Naval Institute, uma entidade não lucrativa dedicada à conservação do patrimônio histórico marítimo americano, bem como à promoção de pesquisas, diálogos e evolução das forças marítimas dos EUA. Consiste no principal local de encontro para militares, em serviço ativo ou na reserva, para discussões além das fronteiras do contexto militar.

O texto foi divulgado pelo Coronel Albert Carpenter, um veterano com 31 anos de serviço no Corpo de Marines, que teve experiência de pilotagem com os aviões de guerra Grumman A-6 Intruder e McDonnell Douglas F-4 Phantom II, incluindo durante a guerra no Vietnã.

No conteúdo apresentado por Carpenter, ele enfatiza que, quando comparado a outros meios de transporte e fornecimento aéreo, o Super Hercules é menos veloz, tem raio de ação reduzido, e possui capacidades limitadas de carga útil para enfrentar os desafios futuros que estão planejados para os Marines.

Atualmente, o KC-390 está habilitado para reabastecer os jatos Lockheed Martin F-35B e F-35C Lightning II pertencentes aos Fuzileiros. Diferentemente do F-35A e de outras aeronaves da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), esse avião utiliza o sistema de lança e cesta, comum na Europa e Brasil.

O veterano militar ressalta que, dentre as alternativas atualmente em produção, o Leonardo C-27J Spartan e o Airbus C295 são excessivamente compactos, ao passo que o Airbus A400M e o Kawasaki C-2, de origem japonesa, não se adequam às missões, dado que um é bastante volumoso e o outro muito pesado. Isso obstrui a tarefa dos fuzileiros de atuar em pistas não planejadas, especialmente em sua principal função, que consiste na conquista da extremidade da praia.

As duas aeronaves (A400M e C-2) possuem um custo superior ao do KC-130J e do KC-390, contudo, somente uma delas proporciona um aprimoramento notável em todas as operações para os Fuzileiros, conforme destaca o Coronel, aludindo ao cargueiro da Embraer.

Carpenter ressalta que o KC-390 é relativamente mais em conta que o KC-130J, mesmo oferecendo maior capacidade e sistemas mais atualizados, incluindo a habilidade de reabastecimento em voo diretamente de fábrica, uma característica que o Hércules só disponibiliza como opcional e que não está presente na frota atual dos Marines. Ele também menciona que a aeronave está sendo totalmente operada pelo Comando de Transporte Estratégico da OTAN em Portugal e, em breve, na República Tcheca e nos Países Baixos.

No momento, o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA não tem planos de trocar o KC-130J por qualquer outra aeronave, uma vez que ainda espera o recebimento de cerca de 15 unidades novas do fabricante. No entanto, se decidissem pelo KC-390, o mesmo poderia ser disponibilizado já a partir de 2027, sujeito a uma colaboração local para a montagem (semelhante ao que a Embraer fez com a Sierra Nevada para o A-29 Super Tucano), para ganhar a classificação de produto ‘Made in America’ e ter a possibilidade de ser comercializado para o governo.