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Qatar Airways demonstra possível interesse na Virgin Australia

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A Qatar Airways parece estar pronta para expandir sua presença na Austrália, possivelmente comprando uma grande parte da Virgin. Atualmente, ambas as companhias aéreas têm uma parceria que inclui compartilhamento de códigos de voos, programa de pontos de fidelidade e vantagens para os passageiros, em um acordo mais extenso do que o estabelecido entre a Qatar e a Qantas, maior rival da Virgin, mas membro da aliança oneworld.

Agora foi divulgado que a Qatar está considerando a compra de 20% da Virgin Australia, antes mesmo que a empresa realize sua primeira oferta pública de ações, o IPO, que tem sido postergado há algum tempo.

No momento, a Bain Capital, uma empresa de investimento dos Estados Unidos que possui participações e é proprietária de grandes corporações como Burger King, Domino’s Pizza, The Weather Channel e Staples, detém 93% das ações da empresa. O Virgin Group, que iniciou a corporação junto com Richard Branson, possui uma participação minoritária de 5%. O 2% remanescente está nas mãos de um fundo de investimento do estado de Queensland, local onde a companhia aérea tem sua sede.

De acordo com o Australian Financial Review, a Qatar Airways pode anunciar a aquisição de 20% da Virgin num futuro próximo, sem alterações na agenda do IPO até o final do ano. A companhia do Oriente Médio já adquiriu sua parte da Bain Capital, que havia confirmado anteriormente que pretendia vender sua posição, embora não integralmente.

A compra de uma participação na Virgin aumenta a tensão sobre a Qantas, que sob a direção anterior de Alan Joyce, foi alegadamente favorecida pelo governo local, especialmente no que se refere a voos adicionais solicitados por várias companhias aéreas asiáticas, incluindo a Qatar e seus rivais, mas foram rescindidos pelo Governo Australiano, pois, conforme sua alegação, geraria um “desequilíbrio” na competição, devido à ausência de um número equivalente de voos por companhias aéreas australianas.

Seja por conveniência ou outro motivo, a Qantas nunca buscou expandir suas operações aéreas para nações asiáticas, mantendo-se numa posição vantajosa, tirando proveito do restrito ambiente competitivo internacional e a falta de um concorrente interno capaz de incrementar voos internacionais.

Considerando o tipo de investimento que o Qatar possa fazer, embora seja um cenário pouco provável, não é impossível que a Virgin Australia eventualmente possua aeronaves do mesmo porte que sua matriz, a Virgin Atlantic, e as utilize em rotas destinadas a servir a rede da Qatar Airways. Isso, por sua vez, poderia desafiar a supremacia incontestada da Qantas.